sexta-feira, 14 de agosto de 2009

Além do mau cheiro, lixão desenvolve doenças nos moradores de Seropédica

O RJ Móvel está em Seropédica para falar de um problemão: um lixão no bairro Boa Esperança. De acordo com o morador Davi, a área era uma lagoa; “Eu já tomei banho aqui há 40 anos atrás e pescava aqui”.

Tem famílias que moram ao lado do lixão e isso traz muitos problemas. “Problema de doença de pele, respiratórias. Eu mesmo já tive problemas respiratórios aqui por causa do lixão. A fumaça a noite toda, pernilongo, mosca”, conta Davi.

O RJ Móvel conversou também com outros moradores e saiba como é o dia a dia deste povo.

Uma das reclamações dos moradores é a quantidade de caminhões que passam pelo bairro e que claro, levantam diariamente a poeira. Para quem tem crianças em casa, a situação é muito difícil.

“O problema é que a poeira entra para toda de casa, as crianças sofrem muito com problemas respiratórios”, diz uma moradora.

A fumaça e o mau cheiro provocados pelo lixão atingem pelos menos duas comunidades. Com dias chuvosos, os problemas diminuíram, mas os moradores dizem que a noite as doenças respiratórias aparecem.

“Bronquite, problemas sérios mesmo. Eu estou há 18 anos no bairro e quando eu cheguei já tinha o lixão. Com o tempo foi piorando cada vez mais”, fala uma senhora.

“Você sai de casa bonitinho, limpinho e chega lá fora todo empoeirado”, conta outra moradora.

Bem perto da lixeira fica o posto de saúde que atende os moradores da região. Sempre tem muita criança.

“Alergia, bronquite tudo por causa desta poeira. Esses caminhões passam ai e é uma poeirada dentro de casa que a gente não se aguenta”, conta outra senhora.

O presidente da Associação de Moradores, Ângelo Almeida, conta que uma usina de reciclagem foi montada na tentativa de melhorar o aproveitamento do lixo e diminuir as queimadas: “Essa lixeira, a gente quer que faça com que esta usina que tem ali esta reciclagem funcione. São crianças passando mal, a noite isso aqui você não consegue ver, de tanta fumaça produzida por esta lixeira. Hoje, a usina não funciona”.

O lixão é um problema muito sério e também muito antigo. Já funciona aqui, segundo os moradores, há mais de 50 anos. O RJ Móvel conversou com a Renata Gonzaga, coordenadora de projetos da secretaria Municipal de Meio Ambiente de Seropédica.

RJ Móvel - Quais foram os trabalhos que vocês já fizeram?

Renata Gonzaga – A cerca de três anos estes resíduos eles ocuparam praticamente toda pista, você não tinha mais acesso a rua. Nós fizemos uma adequação. No ano passado nós estabelecemos um compromisso junto ao Ministério Público e a antiga Feema, hoje Inea, onde nós vamos adequar o atual vazadouro em aterro controlado. Para isso nós fizemos algumas modificações, construção de guarita, delimitação da área e planagem do terreno.

O principal problema reclamado pelos moradores foi a fumaça. O que vocês pretendem fazer?

Nós vamos canalizar. Isso é uma combustão espontânea, não há nenhum tipo de incineração por parte nem da prefeitura, nem dos moradores. O gás metano é formado naturalmente através dos resíduos.

O que pode ser feito? Tem um prazo para que isto melhore? Os moradores não agüentam mais.

Estabelecemos este prazo junto ao Ministério Público até o início de outubro de 2009. A gente acredita e nós vamos conseguir junto as secretarias associadas da prefeitura e de municipal de Seropédica, adequar esse lixão, atual vazadouro, para ter controlado no tempo indeterminado.

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